O prefeito da cidade de Juruá, distante 674 quilômetros da capital amazonense, José Maria Júnior, numa ação inédita, cancelou o carnaval na cidade e foi com todo o staff da prefeitura para a zona rural do município nos dias que antecederam o período momesco celebrado em todo o país.
“Estivemos até hoje, quarta-feira de cinzas, na zona rural de nosso município. O dinheiro que seria utilizado na confraternização será usado para obras que atendam às necessidades de nossos conterrâneos”, disse o prefeito.
Juruá completou no fim do ano passado 64 anos de existência, localizado às margens do majestoso Rio Juruá, a cidade está passando por uma verdadeira revolução com projetos que visam pavimentar ruas e avenidas, construção de prédios e unidades de saúde. O município sofreu ao logo dos últimos dois anos, uma verdadeira modificação estrutural, com a valorização da mão-de-obra local e atendimento especial as comunidades ribeirinhas.
“Temos muito a fazer ao longo deste ano, e projetamos nossas ações não apenas na cidade, mas nas comunidades distantes”, afirmou o prefeito.
Doutor Júnior, como é conhecido, decidiu que não faz sentido o município gastar com quatro dias de alegria correndo o risco de testemunhar várias situações de abandono no restante do ano”, relatou a nossa reportagem.
Com os recursos do carnaval, a prefeitura deve realizar a recuperação de córregos, rios, riachos, drenagens, recuperação de pontes, manutenção de passagens molhadas, de bueiros e destino correto de resíduos.
O dinheiro ainda será usado na reforma e na restauração da estrutura de algumas escolas municipais que estão em situação precária e melhorar o atendimento ao público na área da saúde.
A prefeitura e seus secretários se deslocaram durante o carnaval para as comunidade de Bom Jardim, Vale da Benção, União do Amazonas, Mangueira, Uara, Tamanicoá, Rumão, Leonel, Boca do Paupixuna, Beiradão, Estirão do Camaleão, Gaivota, Boca do Jacaré, Comunidade Ida e também Forte das Graças.
“Nossas comunidades no interior estão exigindo, neste momento, um tratamento especial. Para que fizéssemos um carnaval, eu teria que gastar de R$ 180 a R$ 200 mil e seria uma irresponsabilidade minha usar este dinheiro para fazer desfile de de samba, quando em nossas comunidades rurais, às vezes, faltam o básico”, afirmou ele.
Depois da renúncia da festa, a promessa com o dinheiro economizado foi cumprida.