Plataforma que divulgou ‘desafio do desodorante’ pode ser intimada a divulgar dados do criador – País

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) busca a identificação do responsável pelo “desafio do desodorante” que circula na internet. Por isso, a rede social TikTok que hospeda o perfil do criador do conteúdo deve ser oficiada para repassar seus dados.
A trend circula em aplicativos de vídeos curtos e teria levado a morte a menina Sarah Raíssa Pereira de Castro, 8 anos. Ela teve morte cerebral no último domingo (13), após inalar gás de desodorante aerossol.
Conforme o delegado-chefe da 15ª Delegacia de Polícia, João Ataliba Neto, o responsável pela publicação do desafio poderá responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por ser praticado contra uma menor de 14 anos e por que pode causar perigo comum. Assim, a pena pode alcançar os 30 anos de prisão.
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Segundo o portal Metrópole, o celular da criança foi apreendido e o laudo pericial demora cerca de 30 dias para ficar pronto.
“Assim que tivermos essa prova técnica, poderemos avançar nas investigações. Se ficar comprovado que ela acessou isso, a rede social por meio da qual ela assistiu ao vídeo também será oficiada, para conseguirmos mais informações acerca do criador das imagens”, disse o delegado-adjunto da 15ª DP, Walber Lima.
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Pai quer responsabilizar rede social e fabricante de desodorante
O pai de Sarah, Cássio Maurilio, em entrevista ao site Metrópoles, defendeu que, além de uma supervisão dos pais, é preciso que as plataformas tenham responsabilidade sobre o que circula dentro delas.
“Elas [plataformas] têm que ter responsabilidade sobre o tipo de vídeo que elas estão transmitindo e para qual tipo de público. Porque, hoje em dia, toda criança tem um celular, o mundo está conectado, está muito fácil o acesso”, disse.
No enterro da filha, ele já havia dito à imprensa que pretende processar o aplicativo e também a marca do desodorante inalado.
“A plataforma não cria mecanismos para impedir conteúdos perigosos publicados [na rede]. […] A empresa do desodorante, por sua vez, não fala sobre o risco de morte caso o produto seja inalado. Todo material que oferece risco iminente de morte tem que ter [isso] escrito. Os antitranspirantes que olhei não têm [informações] sobre o risco”, relatou.
Saiba mais do caso da trend do desadorante
- Sarah Raíssa Pereira de Castro deu entrada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) na quinta-feira (10), após ter inalado gás de desodorante.
- A menina foi influenciada por uma trend que se tornou popular em um aplicativo de vídeos curtos.
- Sarah teve uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimada após uma hora de tentativas por parte dos médicos, mas não respondeu mais a estímulos e teve constatada a morte cerebral no último domingo (13/4).
- Agora, a Polícia Civil investiga como a criança teve acesso ao referido desafio. O caso é apurado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro).
- O laudo do local também deve determinar a dinâmica de como a criança teria inalado o produto.
- Família não havia notado comportamento diferente na menina.