Nesta quinta-feira (1º), o Brasil e mais 150 países irão comemorar o Dia Mundial do Trabalho. A data, a única não religiosa de abrangência mundial, faz memória a movimentos pelos direitos dos trabalhadores.
Como surgiu?
A data remonta ao século 19, nos movimentos trabalhistas da cidade de Chicago, nos Estados Unidos. Com a indústria americana se expandindo muito rapidamente, as garantias legais de proteção desses trabalhadores da indústria estavam se enfraquecendo.
Ao final da Revolução Industrial, a carga horária de trabalho era de 12 horas, de seis a sete dias. Se somando a isso tinham salários baixos, péssimas condições de trabalho, e até crianças de cinco anos estavam atuando em minas e outros locais inapropriados, e a insatisfação só cresceu.
Foi então organizado protestos para maio de 1886, mas precisamente entre os dias 1 e 4, onde os trabalhadores saíram às ruas exigindo a redução da carga horária para oito horas. Mas no último dia de reivindicações, uma bomba explodiu na Praça Haymarket.
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Manifestantes e agentes de segurança morreram, com os movimentos trabalhistas sendo fortemente reprimidos, quatro líderes acabaram sendo presos e até condenados à morte, no que ficou conhecido como ‘Mártires de Chicago’.
O primeiro de maio ficou conhecido como ‘Dia do Massacre de Haymarket’, mas a data do Dia dos Trabalhadores só se consolidou um ano depois. Apesar dos eventos terem ocorrido em território americano, por lá só se comemora a data em honra dos trabalhadores na primeira segunda-feira de setembro.
Na França, a efeméride se consolidou em 1919, com a aprovação por lei da jornada de trabalho de oito horas diárias. A antiga União Soviética também abraça a ideia logo depois.
Feriado no Brasil
As primeiras manifestações trabalhistas no Brasil surgiram em 1891, organizadas principalmente por militantes socialistas, e seguiam o mesmo direcionamento das reivindicações por melhores salários, redução da carga horária e condições dignas de trabalho.
Com o aumento da industrialização, esses movimentos se consolidaram por volta de 1910, levando a uma série de protestos, e culminando na greve geral de 1917. Desde então, o 1º de Maio começou a ser marcado por greves.
O Dia do Trabalho se tornou feriado no Brasil, em 1924, por força de lei, via decreto do então presidente Artur Bernardes. Ainda no governo Getúlio Vargas, foi assinada a Consolidação das Leis de Trabalho, a CLT, em 1 de maio de 1943, dando ainda mais força à data.