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Estudantes estrangeiros realizam imersão em comunidades amazônicas para intercâmbio de conhecimento – FAS

Estudantes de pós-graduação e professores de duas instituições internacionais participaram das “Learning Journeys” (em português, Jornadas de Conhecimento) na Amazônia, no último mês, uma imersão em comunidades ribeirinhas e indígenas próximas de Manaus.

Realizada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), considerada uma das principais e escolas de gestão de negócios do mundo, a expedição promoveu uma grande troca de conhecimento entre 22 visitantes estrangeiros e moradores de comunidades tradicionais, situadas a 1h30 saindo de lancha de Manaus, com foco em desenvolvimento sustentável e nos desafios impostos pelas mudanças climáticas.

O itinerário incluiu visitas ao Museu do Seringal Vila Paraíso e às comunidades Tumbira, Cipiá e Três Unidos (do povo Kambeba). Ao longo da programação, os participantes acompanharam palestras, conversaram com lideranças locais, conheceram espaços comunitários e participaram de uma mesa-redonda com apresentação da Navegam, empreendimento local de impacto socioambiental da Região Norte.

Para André Maués, coordenador de relacionamento e parcerias na FAS, a proposta foi proporcionar uma vivência educativa profunda, a partir da convivência com os próprios moradores da floresta.

“Tudo é uma grande sala de aula. Desde quando estamos no barco, aproveitando o tempo de deslocamento com palestras e interações sobre diversos assuntos, até quando estamos nas comunidades andando, conhecendo e conversando com as pessoas, quando os próprios comunitários se tornam os professores”, pontua.

A partir da pauta central, os participantes compreenderam as especificidades do cotidiano das comunidades amazônicas, como desafios logísticos, a importância do Turismo de Base Comunitária (TBC) e empreendedorismo de impacto na região.

“São esses alguns assuntos debatidos, para que quem participa da imersão saia daqui sabendo como funciona a realidade, com todas as dificuldades e oportunidades. […]. Essas jornadas são muito importantes porque a FAS consegue mostrar um pouco da Amazônia e dos projetos que têm realizado ao longo dos anos. Fazemos isso dando oportunidade não somente para as pessoas da FAS falarem, mas principalmente os comunitários”, acrescenta Maués.

Este já é o segundo ano em que o projeto das “Learning Journeys” recebe alunos e executivos internacionais. Heiko Spitzeck, professor de Sustentabilidade da FDC, afirma que as expedições são uma oportunidade única para investidores e interessados em desenvolver projetos na região compreenderem melhor os desafios e as possibilidades locais.

“Muitos sabem que o Amazonas é um ecossistema muito importante para o clima do mundo, e sabem que está sendo ameaçado. Porém, poucos sabem como combater isso, e tem muitos executivos que querem entender como equilibrar a questão econômica, social e ambiental”, explica.

Segundo ele, a imersão também ajuda a refletir sobre os modelos de desenvolvimento existentes e como tornar a conservação viável para quem vive na floresta. “Esse é um primeiro objetivo de aprendizagem: que eles entendam que, quando as pessoas não conseguem colocar comida na mesa e que é com desmatamento que elas conseguem [sobreviver], elas vão desmatar e fazer qualquer atividade econômica que mantenha a família viva. Mas isso nos faz refletir sobre qual modelo de desenvolvimento e com qual olhar nós vamos para o desenvolvimento. […]. Criando valor, eles vão entender a importância de preservar a natureza”, finaliza Spitzeck.

 

Sobre a FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.

Créditos de imagem: Lucas Bonny


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